CRÕNICA DE MARTHA MEDEIROS - JORNAL GLOBO
Meu filho foi morar com o pai nos Estados Unidos, me disse uma conhecida. A minha guria está em Brasília fazendo um curso, disse outra. Meu mais moço foi passar seis meses na Austrália e, quando estava por voltar, conheceu uma espanhola e resolveu morar com ela em Maiorca.
Até um tempo atrás, poucos podiam mandar os filhos estudar fora do país ou bancar alguma experiência extracurricular, porém, hoje as frases acima se tornaram constantes: a economia do país se fortaleceu, as oportunidades de bolsas para o exterior aumentaram e a mentalidade evoluiu. Já não se viaja para lavar pratos, e sim para se aprimorar de uma forma mais consistente.
Uma vez lá, a garotada se esparrama. Arranjam empregos fixos, iniciam relações amorosas, conseguem vistos de permanência, e vão ficando. E as mães també, vão ficando - cada vez mais saudosas e acostumadas, pela força das circunstâncas, a viverem separadas dos filhos.
Todas as mulheres assim que engravidam, são alertadas: "Os filhos não são dos pais, e sim do mundo." Acham a ideia bonita, poética, prém, nunca imaginaram que a sentença viria a ser tão real.
Gostamos de tê-los embaixo da asa, sentados à mesa durante as refeições, dormindo tranquilos no quarto ao lado. Porém, a sina de "serem do mundo" cede ou tarde se confirma. Durante a infância, a casa materna ainda se assemelha ao útero, mas assim que as meninas mestruam e nascem os primeiros pelos nos meninos,começa o processo de valorização da própria identidade. E se eles puderem fazer isso londe da vista dos pais, tanto mais autêntica parecerá essa brusca. Ainda mais agora que o mapa-múndi se tornou facilmente alcançável, não só por avião, mas por Skipe. Mãe, a gente vai se falar todo dia, não chore.
E lá vao a Patrícia fazer um curso de ioga em Buenos Aires, a Victoria estudar Belas Artes em Paris, o Fábio estagiar na Bahia numa empresa de design gráfico, a Marcia trabalhar com marketing em Londres, o Theo estudar Cinema em Nova York, o João fazer doutorado em Portugal, o Carlos trabalhar num restaurante em Sao Paulo - não como lavador de pratos e sim como assistente do chef.
É o que queremos para eles: que cresçam, aprendam se realizem. Não demora, serei mais uma dessas mães que terá que matar a saudade pelo computador. O que se pode fazer? Confiar que a base dada quando eram pirralhos seja suficiente para que se tornem cidadões honestos e bem sucedidos em qualquer parte do palneta. Em vez de choramingar, ter orgulho de vê-los correndo atrás dos seus sonhos (e não contar para ninguém que, em segredo, a gente se pergunta: por que raios os sonhos não podem estar logo ali, no bairro vizinho?)
O mundo é do tamanho das ambições dos nossos filhos. E do nosso amor por eles, onde quer que estejam. Nesse DIA DAS MÃES, meu desejo a todas. que a conexão não caia. Nem hoje nem nunca.
Oi flor amei seu cantinho e já estou te seguindo venha me fazer uma visita e se possivel me seguir tbm
ResponderExcluirBjsssss da Danzoka
danzoka.blogspot.com.br